24 de dezembro de 2009

Amigo Oculto

Seja o amigo oculto de alguém por toda a vida, diz nova campanha de doação de medula do Ministério da Saúde

Iniciativa será lançada nesta terça para ampliar o cadastro de doadores voluntários e facilitar o tratamento de quem sofre de leucemia

O Ministério da Saúde vai promover um amigo secreto diferente neste fim de ano. Com o tema Seja o amigo oculto de alguém por toda a vida, a Campanha Nacional de Doação de Medula Óssea será lançada nesta terça-feira (22) e busca ampliar o cadastro de doadores no Brasil, amenizando o sofrimento dos pacientes com leucemia. Originado na medula óssea, este câncer diminui a produção de células sanguíneas normais, causa transtornos como anemias, dores de cabeça nos ossos e articulações, prejudica a qualidade de vida e pode levar à morte. Clique aqui e veja a campanha: http://portal.saude.gov.br/portal/saude/area.cfm?id_area=1643

Hoje, o Brasil tem o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo, atrás apenas dos Estados Unidos e da Alemanha (veja gráfico). Instalado no Instituto Nacional de Câncer (Inca), o Registro Brasileiro de Doadores Voluntários de Medula (Redome) ultrapassou a marca de um milhão de pessoas inscritas. O número é de 1.369.754 doadores, um crescimento de 10.814% em relação a 2001 (veja quadro), quando havia 12.550 pessoas registradas. Com a ampliação, o Brasil alcançou a meta do Programa Mais Saúde três anos antes da data prevista. O objetivo era alcançar 920 mil doadores até 2011.

Mesmo com o avanço, os pacientes com leucemia ainda enfrentam dificuldade em encontrar um doador compatível. Quando não há um parente próximo que possa doar, a solução para o transplante é justamente procurar um doador no Redome. Porém, estima-se que, para um milhão de pessoas, há apenas um doador compatível.

Atualmente, 979 pacientes estão em busca de um doador compatível no Brasil. “O ideal seria que todos os jovens e adultos fossem doadores, pois aumentaria a chance de quem necessita encontrar um doador o mais rápido possível. A medula óssea recompõe-se em poucos dias e não faz falta para quem doa. A falta de informação é, sem dúvida, o maior obstáculo na luta contra a leucemia”, afirma o secretário de Atenção à Saúde, Alberto Beltrame.

VEICULAÇÃO - Com filmes para TV, spots de rádio e anúncio em revistas, a campanha será veiculada em todo o Brasil até o dia 27 deste mês e posiciona o doador como um amigo que, apesar de não ser conhecido por quem é “presenteado”, reconhece a importância de ser solidário e ajudar a quem precisa. A iniciativa aproveita o momento de confraternização de fim de ano para convocar a população a participar de uma causa muito nobre. Como no amigo oculto a revelação do presente é o ponto máximo da confraternização, o primeiro filme traz o depoimento de um doador desejando uma vida de alegria e saúde para quem recebeu a doação. O segundo vídeo, por sua vez, traz a cena de um garoto de 10 anos, que agradece o maior presente que ele já recebeu, isto é, a sua vida.

Para se cadastrar no Redome, o doador deve procurar o hemocentro de sua cidade. Qualquer pessoa entre 18 e 55 anos de idade e que não tenha doença infecciosa transmissível pelo sangue pode se cadastrar. Se for verificada compatibilidade com algum paciente, o doador é, então, convocado a realizar testes confirmatórios e fazer a doação. Além de ser indicado para o tratamento de leucemia, o transplante de medula óssea é utilizado em casos de linfomas e de alguns tipos de anemias.

PADRÃO DE QUALIDADE – Os transplantes de medula óssea são realizados no Brasil desde 1970. O Sistema Nacional de Transplantes (SNT) brasileiro alcançou padrão de qualidade internacional por meio da criação do Redome, em 2000, e da integração deste Registro, desde maio deste ano, com a maior rede de registros de doadores de medula óssea do mundo, o americano National Marrow Donor Program (NMDP).

Com a integração, de um lado, o Ministério da Saúde autorizou que pacientes estrangeiros possam tentar identificar e utilizar as células-tronco de doadores brasileiros. De outro, o Brasil facilitou a busca por doadores nos registros internacionais, caso eles não sejam encontrados no país.

A oferta de medula óssea para pacientes de outros países não prejudica o brasileiro que necessita do transplante, pois uma pessoa pode doar várias vezes. Estima-se que, em aproximadamente um mês, o doador tenha recuperado o volume da medula doada. A orientação é que o paciente espere seis meses para fazer uma nova doação.

AVANÇOS – Os transplantes de medula óssea entre pessoas que não são da mesma família cresceram 411,5% no Brasil entre 2001 e 2008, de 26 para 133. No mesmo período, o número de doação entre parentes aumentou 25,3% e o transplante autogênico (quando as células-tronco vêm de outra parte do corpo do próprio paciente), 191,7% (veja gráfico).

Quanto aos centros transplantadores, nos anos 1980, apenas três hospitais realizavam transplantes de medula óssea não-aparentado (pessoas de famílias diferentes). Hoje, são 17. Os transplantes de medula óssea aparentados (entre parentes) são realizados em 44 hospitais e os autogênicos, em 59.

Os pacientes com leucemia também contam com a rede de bancos públicos de sangue de cordão umbilical, fonte alternativa ao transplante. Hoje, são quatro bancos em funcionamento: Inca, Hospital Albert Einstein, Hemocentro de Ribeirão Preto e Hemocentro da Unicamp. Até o fim de 2010, serão implantados mais oito bancos (RS, DF, PE, PA, PR, SC, CE e MG), com um investimento previsto de R$ 38 milhões.


INVESTIMENTOS – Em 2008, o Brasil investiu R$ 222.030.671,33 nos transplantes de medula óssea. Desde 1999, o Sistema Único de Saúde (SUS) financia a identificação internacional de doadores. O custo de cada busca é de, aproximadamente, R$ 50 mil. O processo compreende os exames de identificação do doador, a coleta das células-tronco e o transporte das medulas identificadas até o Brasil.

Notícia retirada de http://imirante.globo.com/noticias/pagina226191.shtml
Não cheguei a ver a campanha na TV, somente pela internet no link disponível na matéria. Muito bacana.
Abraços e Feliz Natal e Ano Novo!

Um comentário:

MUTUCANO disse...

Olá Aron Pinduca!

Excelente a postagem que você fez na noite de Natal reproduzindo a matéria veiculada pela mídia no dia 22 de dezembro sobre a Campanha Nacional de Doação de Medula Óssea promovida pelo Ministério da Saúde com o slogan "seja o amigo oculto de alguém por toda a vida".
Foi um ótimo presente de Natal! Aliás, acho que foi mais que isso, pois refletia o verdadeiro espírito natalino, ou seja, o da maior doação que o Criador fez aos homens, enviando seu próprio filho numa noite fria e escura para nascer numa manjedoura. O conforto ficou por canta da luz das estrelas e do bafo aquecedor dos animais. Foi a maior lição de solidariedade que o mundo conheceu. Se todo ato de doação já é um processo difícil, imagine doar um filho, sem o esplendor da divindade e assumindo humildemente a condição de ser humano para, no final, sofrer barbaramente e derramar o seu sangue.
Por isso quem se candidata a ser um doador de medula segue esse exemplo de solidariedade, pois se trata de uma entrega espontânea e inteiramente isenta de interesses pessoais. É muito mais que um gesto de emprestar e presentear. Nesse ponto, acho que a Campanha, sem nenhum desmerecimento de seu valor, não conseguiu expressar bem o verdadeiro sentimento do Natal. Doar a medula, um órgão ou o sangue é entregar a outro uma parte de si mesmo. É mais que um “presente” de amigo secreto.
Parece-me também que essa Campanha do Ministério da Saúde chegou um pouquinho atrasada. Pela Lei Pietro, (projeto de autoria do deputado federal Beto Albuquerque) determinou-se que a Semana de Mobilização para doação de Medula Óssea deve ser celebrada anualmente em todo País nos dias de 14 a 21 de dezembro.
Felizmente, como mostra a reportagem, o Brasil fez um grande progresso. Possui 1.369.754 doadores e já tem o terceiro maior banco de doadores de medula óssea do mundo. Todavia, isso é ainda muito pouco se considerados os baixíssimos índices de probabilidade para se encontrar um doador compatível. Portanto, acho que não basta uma semana de campanha. Ela deveria ser permanente lembrando que todo dia é dia de doar.
Por outro lado são também enormes as carências e as dificuldades no que respeita ao tratamento e ao acesso às medicações.
Mas valeu a mensagem de Natal, pois ela nos mostra que continuamos precisando de muita, mas muita gente mesmo “de boa vontade” para que reine a Paz e Vida entre os homens. Amém.
Meu grande abraço!
Tio Geraldo