25 de julho de 2008

O que fazer?!

Quando estava internado um dos problemas era como passar o tempo. Achar um jeito de você se distrair, fazer algo, sem ficar pensando em besteira ou lembrar da situação ruim pela qual está passando.

Lógico que a televisão é a primeira opção! Assistia tudo que é porcaria na TV. Começava de manhã, lá pelas 8:00, quando acordavam a gente trazendo o café da manhã. Nesse horário ainda se consegue assistir um pedaço do jornal antes de começar o programa mais esperado... Ana Maria Braga! Sensacional!
Agora ela fica inventando umas coisas para tentar ganhar audiência. Na semana dos namorados ela fez uma espécie de "Namoro na TV", na outra semana foi algo relacionado a moda. Divertíamos-nos com estas besteiras.

Depois ia tomar banho e a médica normalmente passava pela manhã. O resto do período ficava comprometido, mas ainda dava para ver uns desenhos aqui e ali.
A tarde, depois de ver os noticiários, local, nacional e esportivo vinha o Video-Show! Que é "Show"! Agüentar aquilo era dureza... E tudo piorava quando começava "Vale a pena ver de novo" com Cabocla! Ahhhhh! Ao menos assistindo a novela descobri uma música do Milton Nascimento bacana.
Agora sim, Sessão da Tarde!!! Se não for um filme da Xuxa tá bom. Senão vou colocar na SporTV (isso se o hospital tem TV a cabo) para assistir uma mesa redonda de futebol (que é o que passa na SporTV o dia inteiro!) que sempre diz as mesmas coisas.

Aí começa a parte mais tenebrosa. Uma novela atrás da outra. Primeiro é Malhação. Arf!!! O jeito é ficar zapeando por algo em outro canal e torcer para encontrar algo! Um noticiário, qualquer coisa. Depois, no Jornal Nacional assistimos várias notícias repetidas que já vimos no Jornal da Band e no Jornal da Record. Pior ainda é ver exatamente a mesma matéria nos canais da Globo. Teve um dia que passou uma reportagem que o Giba (da seleção de vôlei) tinha machucado no Globo Esporte. A mesma matéria passou no Globo News outra hora que estávamos assistindo. Mudando para o SporTV, que matéria sobre vôlei está passando?! E para completar com chave de ouro ela passou no Jornal Nacional e no Jornal da Globo. Poxa, porque eles não pensam nas pessoas que não tem o que fazer e ficam em frente da TV o dia inteiro?! :)
Bem, voltando ao Jornal Nacional, aguardamos então ansiosos pela novela das 8! Uau!
Pior que a Mary começou a ver e ficava assistindo todo dia. Mas não tínhamos muita opção bem da verdade.

Quando a TV enchia a paciência recorria para uma palavra cruzada ou uma revista, algo assim. Mas não durava muito e acabava voltando para a TV... Hehehe.
Se ocupando de alguma coisa, está tudo certo.

13 de julho de 2008

Cream Cheese?!

Até pouco tempo, para mim, quando alguém falava em Philadelfia logo lembrava, ou da cidade americana, ou da marca de um gostoso cream cheese que compramos no mercado.
Mas as coisas mudam...
Assim que descobriram minha doença a médica disse que precisava fazer um exame para saber o Philadelfia!
"Saber o Philadelfia?! Culinária agora?!"
Hummm... Uma daquelas tortas de cream cheese e chocolate veio a minha cabeça rapidamente. Já fiquei com água na boca.
Bom, voltando ao que interessa, depois da dúvida inicial acabei esquecendo do assunto.
Passa um tempo chega o resultado. "O Philadelfia é positivo". Aquela torta super saborosa e vistosa voltava aos pensamentos.
"Mas o que isso significa?!"
Aí a médica começou com uma explicação de alteração cromossômica, de cromossomo 9 e 23 ou algum outro que não me lembro qual. Não via o assunto desde o colegial. Viajei! Se quiser saber mais pergunte a um médico!
"Sou um mutante então?! Um X-Men?!"
Só sei que por causa deste tal "Philadelfia" tenho que tomar mais medicação e deu a certeza da necessidade do transplante... Arf...
Preferia quando era só um Cream Cheese.

6 de julho de 2008

Enfermagem

É triste quando chegamos no hospital e os enfermeiros já te conhecem. Não pelo fato deles já saberem como você é e como te tratar. Por este lado é muito bom! Mas por estar
voltando a ficar internado.

No hospital há vários "tipos" de enfermeiros e passamos por diversas situações.
Normalmente de dia tem uma equipe grande, não demoram para te atender e o pessoal é
prestativo e bem humorado. A noite a coisa muda. Geralmente o número de profissionais é
menor e as vezes estão até desfalcados. A noite no fim de semana então... Ferrou! Sem
contar que boa parte é carrancuda.

Seguem alguns tipos e características:
A Folgada - Ela adianta sua medicação só para não atrapalhar o jantar dela. Ainda usa seu
termômetro pois diz que o dela é muito ruim!
A Perfumada - Por onde passa você sente o cheiro do perfume.
A Esquecida - As vezes esquece uma medicação aqui, um comprimido ali. Não é por mal. É
bom sempre ficar atento ao que está tomando.
O Conversador - Chega no quarto e fica trocando uma idéia. Normalmente só quer te
distrair um pouco daquele clima hospitalar.
O Despertador - Sempre quando você está na melhor parte do sono vêm o cara trocar sua
medicação ou aferir alguma coisa.
O Acupunturista - É uma sacanagem dizer isso, mas o cara parece que quer tem furar a
todo momento! Bem, se for o cidadão do laboratório ele realmente vai querer isso! Hehehe!
O Zoador - Sempre tem um que torce para o time rival do seu. Até eu que torço para o
Atlético-MG fui encontrar um cruzeirense. Você já está internado e ainda tem que aguentar
zuação... dureza. Felizmente este enfermeiro não ligava para futebol e nem falava muito. Aliás, era muito gente boa.
O Cara - Sempre que precisa de algum procedimento diferenciado ou de uma decisão tem que
falar com o chefe dos enfermeiros. Ele é o cara!
A Enrolada - Você chama ela, chama, chama várias vezes, ela diz que vai, enrola, enrola,
enrola e um tempão depois, quando você já deu um jeito no que precisava ela aparece.

Mas independente do enfermeiro eles são nossos "anjos da guarda".